O profissional merendeiro escolar tem um papel fundamental na qualidade da alimentação que será oferecida aos estudantes. Além de ser responsável por oferecer refeições bem preparadas e sem riscos para a saúde, a merendeira pode ser capacitada para se tornar uma excelente educadora alimentar, junto com os professores da escola. Ao preparar e servir a alimentação, essa profissional pode ajudar a orientar os alunos na formação de bons hábitos alimentares. Para que o Programa Nacional da Alimentação Escolar (Pnae) continue funcionando na sua integralidade, é necessário que as merendeiras tenham seu trabalho reconhecido, sejam motivadas e se vejam como parte integrante da comunidade da escola, responsável pela oferta da alimentação escolar.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Ministério da Educação (MEC) vem trabalhando fortemente em ações para valorização desse profissional que é tão importante para garantir a oferta de uma alimentação de qualidade para os estudantes das escolas públicas do Brasil, desde 2015 são realizados concursos de receitas e realitys shows para as merendeiras e merendeiros, até foram duas edições de concurso de receitas e duas edições dos realitys.
É importante frisar que o Pnae viabiliza a oferta de aproximadamente 50 milhões de refeições diárias em 154 mil escolas, atendendo mais de 40 milhões de estudantes da rede público incluindo as federais e as filantrópicas e comunitárias conveniadas com o poder público, contamos com mais de 300 mil merendeiras e merendeiros, nos 5.570 municípios brasileiros.
Há algumas décadas, o governo enviava alimentos praticamente prontos para as escolas. As merendeiras apenas os colocavam na água, misturavam e esperavam que cozinhassem. Após a década de 90, ao invés de enviar alimentos, o governo passou a enviar verbas para que alguns municípios e estados os comprassem. A partir de então, a alimentação escolar passou a ser servida segundo o hábito dos alunos, preparada com alimentos in natura. Em 2009, as escolas passaram definitivamente a receber alimentos frescos e, com isso, a manipulação dos alimentos tornou-se maior, exigindo da merendeira escolar muito mais trabalho e cuidados.
E assim ao longo dos anos, a concepção do Pnae evoluiu de um programa assistencialista ou de suplementação alimentar para um programa que assegura o Direito Humano à Alimentação Adequada. Nessa ótica, também o que é oferecido na escola mudou da perspectiva da “merenda” para o conceito de alimentação balanceada e saudável e que precisa suprir as necessidades nutricionais durante o horário escolar. Neste sentido, o objetivo do Programa é contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares saudáveis dos alunos, baseado em dois eixos principais: na oferta de refeições que cubram as necessidades nutricionais durante o período letivo e na realização de ações de educação alimentar e nutricional que incentivem o consumo de alimentos saudáveis.
A Lei nº 11.947, de 2009, que trata sobre o Pnae, determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal pelo FNDE para o Programa devem ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar, por meio de chamadas públicas. O programa incorpora, assim, elementos relacionados à produção, acesso e consumo, com o objetivo de, simultaneamente, oferecer alimentação saudável aos alunos de escolas públicas de educação básica do Brasil e estimular a agricultura familiar nacional.
O encontro da alimentação escolar com a agricultura familiar, tem promovido uma importante transformação na alimentação escolar, ao permitir que alimentos saudáveis e com vínculo regional, produzidos diretamente pela agricultura familiar, possam ser consumidos diariamente pelos alunos da rede pública de todo o Brasil.
Embora o Pnae seja global, o grande potencial do programa consolida-se apenas quando os profissionais e educadores envolvidos também estão comprometidos com a causa, e nesse contexto as merendeiras e as nutricionistas desempenham papéis imprescindíveis. São esses profissionais que dão vida a leis e regras para transformá-las em refeições. As merendeiras que preparam as refeições, especificamente, são responsáveis por dar sabor, aroma e textura para os alimentos, contando com o desafio de muitas vezes enfrentar um público bastante exigente: crianças e adolescentes. E elas possuem papel fundamental nas ações desenvolvidas pelo Pnae e se configuram o elo entre a alimentação escolar e o aluno.Categoria